Já sentiu dor na frente do joelho sempre que sobe ou desce escadas, faz algum esforço ou fica muito tempo sentado? Pode ser condromálacia.

A condromalácia patelar (também conhecida como condropatia patelar) é uma condição bastante comum – estima-se que ela pode acometer até 25% da população mundial.

Esse problema tão comum pode não manifestar sinais no início, mas dores ao subir e descer escadas são sinais muito característicos.

A condromalácia patelar está muitas vezes associada à instabilidade patelar, e pode gerar diversas limitações para os movimentos e o exercício.

Entenda mais sobre a condromalácia patelar acompanhando o texto a seguir.

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O que é Condromalácia Patelar?

A condromalácia (do grego chondros = cartilagem; e malakia = amolecimento) é uma alteração da cartilagem hialina – tecido que reveste as superfícies articulares dos ossos – na qual esta torna-se amolecida, o que comumente resulta em fissuras, lesões e erosões (desgaste), quando o ideal seria que esse tecido fosse resistente e liso para permitir a articulação saudável entre os ossos.

Embora possa acometer qualquer articulação, ela é mais comum no joelho, em especial na patela (também chamada de “rótula”).

Pela própria mecânica natural do corpo humano, a cartilagem patelar sofre bastante sobrecarga ao longo da vida, e essa sobrecarga piora nos casos de sobrepeso/ obesidade, atividades físicas ou de trabalho intensas – como subir e descer muitas escadas, carregar muito peso ou praticar atividades físicas de modo exagerado, como corrida, levantamento de peso, etc.

Qual a causa da Condromalácia Patelar?

A condromalácia patelar pode ser causada por diversos fatores isolados, ou, na maioria dos casos, por uma combinação deles:

• Excesso de peso corporal (obesidade)
• Fraquezas musculares
• Traumatismos (contusões, fraturas) e uso de imobilizações
• Exercícios de alto impacto ou de alta sobrecarga em excesso
• Desalinhamentos do joelho (como ocorre nos casos de instabilidade patelar)
• Alterações anatômicas dos quadris e/ou pés (por exemplo: pés planos, quadris muito largos)
• Uso de sapatos com salto alto.
• Idade – com o passar dos anos, a condromalácia torna-se mais comum

Além disso, o problema é mais frequente nas mulheres, uma vez que a presença de alterações anatômicas (como quadris mais largos) e de desalinhamento do joelho são mais frequentes no sexo feminino.

Classificação da Condromalácia Patelar

A condição é classificada em graus, variando de 1 a 4 (classificação de Outerbridge):

• Grau 1: amolecimento e/ou inchaço da cartilagem, podendo já haver algumas fissuras superficiais
• Grau 2: apresenta erosões da cartilagem que envolvem MENOS da metade de sua espessura total
• Grau 3: apresenta erosões da cartilagem que envolvem MAIS da metade de sua espessura total
• Grau 4: há erosões/ falhas de espessura TOTAL da cartilagem, com exposição do osso que normalmente se encontra abaixo da cartilagem (chamado de “osso subcondral”)

Quais são os sintomas da Condromalácia Patelar?

O sintoma mais comum, que por sinal é a queixa mais comum dos pacientes que procuram um especialista em joelho, é a dor na parte da frente do joelho – chamada de “dor anterior“.

No entanto, muitos pacientes referem uma dor vaga e mal localizada no joelho.

A queixa de dor costuma piorar com atividades que aumentam a pressão sobre a cartilagem da patela, como subir e descer escadas, agachar, ajoelhar, correr e após longos períodos mantendo o joelho dobrado, como na posição sentada.

É muito comum haver sensação de atrito e estalidos (chamada de “crepitação”) durante a movimentação do joelho, que inclusive podem ser audíveis nos casos mais avançados.

Além disso, pode ocorrer inchaço (acúmulo de líquido dentro do joelho, o chamado “derrame articular”) e diminuição visível do volume da musculatura (hipotrofia) da parte da frente da coxa (músculo chamado “quadríceps”).

Em casos iniciais, a dor típica pode estar ausente, por isso é aconselhável procurar um ortopedista se houver qualquer desconforto no joelho.

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Como é o tratamento da Condromalácia Patelar?

Para que o tratamento adequado possa ser recomendado, é muito importante uma consulta médica bem realizada, na qual o ortopedista consiga examinar com atenção e entender bem as queixas e necessidades de cada paciente.

Além disso, em geral, exames de imagem (radiografias, tomografia e ressonância magnética) são necessários para se compreender bem qual a causa (ou causas) da condromalácia em cada caso.

Dito isso, de modo geral, o tratamento inicial costuma ser não-cirúrgico (também chamado de “conservador”).

Durante a fase de dor importante e inchaço (chamado de “fase aguda”), é recomendado interromper ou modificar os exercícios físicos que aumentem a pressão sobre a patela, além de se evitar as escadas e o uso de sapatos de salto alto.

Nessa fase é comum a prescrição de medicamentos antinflamatórios por curto períodos (em geral, até 07 dias) para se controlar os sintomas, desde que os pacientes não apresentem contraindicações para o seu uso.

Após melhora dos sintomas da fase aguda, a reabilitação por meio de exercícios e fisioterapia é fundamental para fortalecer e reequilibrar a musculatura e estabilizar o joelho.

Além disso, o uso de uma joelheira ou de taping (geralmente aplicado por um fisioterapeuta ou quiroprata) pode proporcionar estabilidade à patela e melhorar a mecânica da articulação.

É muito frequente, nos casos de condromalácia, a indicação de infiltrações articulares, em especial com ácido hialurônico, uma substância que age melhorando a lubrificação e a mecânica articular.

Em diversos casos, a depender das causas do problema e da resposta do paciente às medidas já descritas acima, o tratamento cirúrgico pode estar indicado.

Entre as cirurgias possíveis, estão:

• Artroscopia do joelho
• Osteotomias/ Realinhamentos
• Liberação lateral
• Reconstrução do Ligamento Patelo-Femoral Medial (LPFM)
• Transplante osteocondral (“mosaicoplastia”)
• Microfraturas
• Hemifacetectomia patelar
• Membranas de colágeno para tratamento de lesões condrais
• Artroplastia parcial ou total (prótese) do joelho – nos casos muito avançados.

Importante lembrar que cada caso é único, e muitas vezes uma combinação dos procedimentos da lista acima pode ser indicada.

Como prevenir a Condromalácia Patelar?

A condromalácia patelar, se não tratada, pode se transformar em artrose, uma condição de tratamento mais difícil, causando dor crônica e limitações importantes, com perda significativa da qualidade de vida.

Desse modo, alguns cuidados podem ajudar na prevenção da condromalácia patelar e, consequentemente, da artrose:

1. Manter um peso saudável
2. Praticar atividades físicas regularmente (de modo consciente e bem orientadas)
3. Evitar aumentos bruscos de volume e intensidade nos esportes
4. Utilizar calçados apropriados para cada esporte
5. Se preocupar em aprender corretamente os movimentos de cada esporte (como corrida e agachamentos, por exemplo)

Portanto, é fundamental buscar o apoio de um especialista.

O Dr. Marcos Mestriner é um ortopedista especialista em joelho e pode oferecer diagnóstico e tratamento adequados para a condromalácia patelar.

Fonte: Chondromalacia Patella

Leia mais:

• Infiltração no Joelho: Tratamento para Alívio da Dor
• Entendendo a Artrose do Joelho: Causas, Sintomas, Seus 4 Estágios e Opções de Tratamento
• Artroscopia de Joelho: 5 Situações Onde Ela é Utilizada

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