A artrose do joelho, também conhecida como osteoartrose ou osteoartrite do joelho, ou ainda como gonartrose, é uma condição médica cada vez mais comum e que afeta milhões de pessoas em todo o mundo.

Se você está sofrendo de dor no joelho ou está preocupado com o desenvolvimento da artrose, este artigo é para você. Vamos explorar o que é a artrose do joelho, suas causas, sintomas, classificação e opções de tratamento.

Além de se informar por esse artigo, você também pode encontrar as informações que procura assistindo o vídeo a seguir:

O que é a Artrose do Joelho?

A artrose é uma doença degenerativa das articulações, que ocorre quando a cartilagem protetora que naturalmente cobre as extremidades dos ossos começa a se desgastar. O joelho é uma das articulações mais afetadas pela artrose.

As cartilagens de revestimento desgastadas podem levar a atrito entre os ossos, resultando em dor, inchaço e perda da mobilidade (rigidez).

O processo de desenvolvimento da artrose em geral é lento, levando anos. Porém, com o tempo, a artrose do joelho pode se tornar debilitante, prejudicando seriamente a qualidade de vida.

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Causas da Artrose do Joelho

Embora a artrose do joelho possa afetar qualquer pessoa, independentemente da idade, ela é mais comum em pessoas mais velhas. As causas mais comuns incluem:

1. Envelhecimento: O desgaste natural das articulações ao longo do tempo é uma das principais causas da artrose do joelho.
2. Lesões Anteriores: Lesões no joelho, como fraturas, lesões de ligamentos, meniscos e cartilagens, podem aumentar o risco de desenvolver artrose mais tarde na vida.
3. Obesidade: O excesso de peso coloca pressão adicional nas articulações do joelho, aumentando o risco de artrose.
4. Fatores Genéticos: Alguns indivíduos podem ter predisposição genética para desenvolver artrose do joelho.

Sintomas da Artrose do Joelho

Os sintomas da artrose do joelho podem variar de pessoa a pessoa, mas os mais comuns incluem:

1. Dor: Dor no joelho ao caminhar, subir escadas ou realizar esforços.
2. Rigidez: Sensação de “endurecimento” do joelho, especialmente pela manhã ou após períodos de inatividade.
3. Inchaço: O joelho pode ficar inchado devido ao líquido sinovial em excesso – líquido que se forma devido ao processo inflamatório que acompanha a doença. O acúmulo de líquido dentro da articulação é chamado de “derrame articular”
4. Limitação do Movimento: Dificuldade em dobrar ou esticar completamente o joelho.
5. Crepitação: Sensação de “rangido” ou “estalidos” ao movimentar o joelho.
6. Aumento de temperatura: Sente-se o joelho um pouco mais quente ao toque, em comparação com o outro lado.

Na artrose, em especial nas fases iniciais, é muito comum que esses sintomas sejam intermitentes, em especial a dor e o inchaço – o que quer dizer que o paciente passa por períodos de muitas queixas alternados com períodos de melhora.

Classificação da Artrose do Joelho 

A artrose do joelho pode ser classificada em 4 (quatro) estágios – a chamada classificação de Kellgren-Lawrence – de acordo com o aspecto do joelho nas radiografias:

1. Grau 1 (Duvidosa) – Há mínima redução do espaço articular (espaço entre os ossos, que é onde está a cartilagem)
2. Grau 2 (Leve) – Há redução pequena do espaço articular, com aparecimento de pequenos osteófitos (os “bicos-de-papagaio”).
3. Grau 3 (Moderada) – Há redução moderada do espaço articular, com locais onde a lesão de cartilagem é de espessura total – ocorre contato “osso com osso”.
4. Grau 4 (Avançada) – Há obliteração (redução total) do espaço articular, grande área de contato “osso com osso” e presença de grandes osteófitos.

Aqui vale uma observação: para o diagnóstico e classificação da artrose, em geral as radiografias são os únicos exames complementares necessários, muito embora outros exames também sejam capazes de detectar o problema (como a ressonância magnética).

A artrose do joelho pode ainda ser classificada como primária – quando surge como uma doença degenerativa relacionada ao envelhecimento – ou como secundária – quando surge devido a uma doença inflamatória que atinge a articulação (como a artrite reumatóide) ou após traumas graves (fraturas) que causam grande destruição da cartilagem articular.

Tratamento da Artrose do Joelho

Antes de explorarmos mais a fundo as opções de tratamento, é preciso ficar claro que a artrose do joelho é uma doença degenerativa e que, até o presente momento, não tem cura – mas que tem muitas opções de tratamento para controle dos sintomas e para reduzir a velocidade com que ela se desenvolve.

Dito isso, o tratamento ideal da artrose do joelho depende de vários fatores, e vai variar muito de caso a caso.

A variáveis que mais influenciam na escolha do tratamento são:

• A gravidade dos sintomas
• O estágio da artrose (se inicial, moderada ou avançada)
• A idade do paciente
• O nível de atividade do paciente
• A condição de saúde geral do paciente – presença ou não de doenças crônicas, se essas doenças estão controladas ou não etc.

A seguir, veremos as opções de tratamento existentes para a artrose do joelho.

Tratamento Conservador (Não-Cirúrgico) da Artrose do Joelho

De modo geral, praticamente todos os pacientes com artrose do joelho são, pelo menos no início, candidatos ao tratamento conservador – ou seja, tratamento SEM cirurgia.

Claro, isso não é uma regra absoluta, e alguns pacientes podem ter uma artrose muito grave, com sintomas muito importantes, e nesses casos o tratamento cirúrgico pode ser o mais indicado logo de início.

Com isso esclarecido, vamos a seguir explorar as opções de tratamento conservador para a artrose do joelho.

Exercícios e Fisioterapia Motora

Exercícios são extremamente importantes no tratamento da artrose, porque auxiliam no ganho e na manutenção da força muscular e da mobilidade articular – duas coisas que, ao perder, o paciente piora muito dos sintomas da artrose.

Dito isso, não é qualquer exercício que deve ser realizado num paciente com artrose do joelho, sob risco de uma sobrecarga articular piorar os sintomas.

Na artrose do joelho, os exercícios de BAIXO IMPACTO ARTICULAR – como bicicleta ergométrica, hidroginástica, elíptico, musculação, pilates – são os mais indicados.

Além disso, é sempre muito valioso o acompanhamento com um bom fisioterapeuta, que vai orientar e sugerir exercícios adequados em cada caso, além de aplicar várias técnicas de fisioterapia que ajudam aliviar os sintomas, melhorar a mobilidade articular (alongamentos) e fortalecer os músculos ao redor do joelho, aliviando a pressão sobre a articulação.

“Doutor, eu gosto de caminhar. Posso fazer caminhadas como exercício para artrose?”

Essa pergunta eu recebo praticamente todos os dias…

A verdade é que a caminhada NÃO é um bom exercício para artrose do joelho, pois é uma atividade de impacto que, embora leve, vai causar piora dos sintomas naquele dia, ou nos dias subsequentes… Portanto, a melhor coisa a fazer no tratamento da artrose do joelho é substituir a caminhada por um exercício de baixo impacto, como a bicicleta ou o elíptico.

Controle do Peso Corporal

Os joelhos são articulações de carga – isso quer dizer que, assim como os quadris e tornozelos, eles “sofrem” diariamente carregando o peso do nosso corpo em todos os momentos em que estamos em pé.

Além disso, essa sobrecarga aumenta muito quando subimos ou descemos uma escada, corremos, saltamos ou praticamos alguma atividade física.

Desse modo, fica fácil entender que quanto mais leve estivermos, menos sobrecarga nossos joelhos vão sofrer.

Na artrose, isso quer dizer menos sintomas: menos dor, menos episódios de inchaço e melhor qualidade de vida.

Portanto, se você tem artrose e está acima do peso, então deve batalhar e investir para perder esses quilos extras… E se estiver com dificuldade nesse ponto, é muito válido o acompanhamento médico especializado (com endocrinologista, por exemplo) e com nutricionista.

A boa notícia é que é bem comum observarmos que, mesmo uma perda de peso discreta (3 a 5 quilos), geralmente já contribui bastante para melhora dos sintomas da artrose do joelho.

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Veja as opiniões de pacientes sobre o Dr. Marcos Mestriner:

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Tratamento Medicamentoso da Artrose do Joelho

IMPORTANTE: NUNCA TOME MEDICAÇÕES POR CONTA PRÓPRIA, CONSULTE E TENHA SEMPRE A INDICAÇÃO DE UM MÉDICO.

Lembre-se que TODAS as medicações têm efeitos colaterais e podem causar mais danos do que benefícios, especialmente se utilizados na dose errada.

Existem vários medicamentos utilizados para tratamento da artrose do joelho, muito embora nenhum deles seja capaz de curar essa condição, como já mencionado anteriormente.

Portanto, todos as medicações disponíveis são voltadas para alívio e controle dos sintomas:

• Analgésicos: são, em geral, as medicações inicialmente prescritas para controle da dor na artrose. Dentre eles, o mais utilizado é o acetaminofeno (ou paracetamol) e a dipirona. Na artrose grave, com dor mais intensa, os opioides (derivados da morfina) podem ser indicados com cautela (pois apresentam risco de causar dependência).

• Anti-inflamatórios não-esteroides (AINEs): são medicações que diminuem o processo inflamatório e, com isso, a dor e o inchaço. Devem ser utilizados durante curtos períodos (geralmente em torno de uma semana) e com cautela, especialmente em idosos e pacientes com doenças renais. Exemplos: diclofenaco, nimesulida, cetoprofeno, celecoxibe.

• Corticoesteróides: são os antinflamatórios esteroidais – potentes medicações para reduzir o processo inflamatório. Porém, do mesmo modo que os AINEs, devem ser utilizados com cautela devido a seus efeitos colaterais potencialmente graves. O exemplo mais comum é a prednisona.

• Nutracêuticos: considerados parte medicação, parte suplemento alimentar, esses medicamentos visam repor substâncias e auxiliar no metabolismo articular, auxiliando na melhora dos sintomas e podendo retardar a evolução (piora) da artrose, muito embora esse efeito não seja claramente comprovado. Os mais conhecidos são a condroitina, a glicosamina, o colágeno não hidrolisado tipo 2 e o ácido hialurônico.

• Fitoterápicos: medicamentos derivados de plantas, podem ter efeito benéfico no controle dos sintomas da artrose, muito embora necessitem de um tempo mais prolongado de uso para causar os efeitos desejados (em geral, algumas semanas). Os mais utilizados são a diacereína, a curcuma longa e o harpagophytum procumbens (“garra do diabo”).

• Antidepressivos e anticonvulsivantes: medicações que agem sobre o sistema nervoso, indicados geralmente para casos de dor crônica, e que podem ser indicados em alguns casos de artrose do joelho de difícil controle. Entre eles estão a amitriptilina e a pregabalina.

• Medicações tópicas: existem diversas medicações que podem ser aplicadas diretamente sobre o joelho (pomadas) para auxílio do controle da dor e com menos efeitos colaterais, embora seus efeitos sejam geralmente limitados. Os mais comuns são AINEs tópicos; a arnica e a capsaicina.

Infiltrações para Tratamento da Artrose do Joelho

Infiltrações são injeções, através das quais os medicamentos ou substâncias são aplicados de forma direta dentro das articulações.

Por serem aplicadas diretamente na articulação, as medicações infiltradas costumam gerar um ótimo efeito, com mínimos efeitos colaterais.

As substâncias mais comumente utilizadas nas infiltrações são os corticosteróides e o ácido hialurônico. Você pode saber mais sobre infiltrações no joelho clicando nesse link.

Bloqueios Anestésicos e Ablação de Nervos Periféricos

Opção que tem se tornado mais popular nos últimos anos, essa estratégia de tratamento minimamente invasiva é realizada com auxílio de agulhas ou cânulas, de modo percutâneo (ou seja, através de pequenas perfurações), geralmente com auxílio de ultrassom ou radioescopia (radiografias em tempo real)

O objetivo é diminuir a dor da artrose ao anestesiar (procedimento chamado de bloqueio) ou mesmo causar uma lesão temporária (procedimento chamado de ablação) dos principais nervos responsáveis pela sensibilidade dolorosa do joelho.

Existem duas formas principais dessa lesão nervosa temporária ser realizada: se feita por radiofrequência, chama-se radioablação; se feita através da aplicação de baixas temperaturas, chama-se crioablação.

Pode ser uma abordagem muito interessante para os pacientes com dor importante, e que não conseguem um bom alívio com os métodos já descritos anteriormente (medicações, fisioterapia etc); ou ainda para aqueles que não desejam (ou que não podem) passar por uma terapia mais agressiva, como uma cirurgia.

Tratamento Cirúrgico da Artrose do Joelho

Em casos de artrose onde os sintomas não estão sob controle mesmo com as medidas conservadoras já descritas, não resta outra opção a não ser a cirurgia.

Com a correta indicação e sendo realizadas de modo adequado, as cirurgias disponíveis para tratamento da artrose do joelho costumam ter alta taxa de sucesso – o que significa dizer que a grande maioria dos pacientes vai melhorar dos sintomas e recuperar sua qualidade de vida.

Vamos explorar as opções de cirurgia para artrose do joelho:

Prótese de Joelho (Artroplastia)

Sem dúvida, na artrose a cirurgia mais realizada é a de substituição do joelho (chamada de prótese ou artroplastia).

Nela, o ortopedista realiza a troca das superfícies danificadas (osso e cartilagem) por componentes feitos de metal e polietileno (um tipo de “plástico”), dessa forma removendo e substituindo as porções do joelho desgastadas e que são responsáveis pela dor, inchaço e limitação do movimento.

Escrevi um artigo inteiro apenas sobre prótese de joelho, e você pode saber tudo sobre esse procedimento clicando aqui.

Osteotomias

Em casos selecionados, onde há artrose restrita a apenas uma porção do joelho e onde exista um desvio importante do alinhamento do membro inferior (ou seja, um joelho “torto” – varo ou valgo – ver imagem a seguir), as osteotomias podem ser indicadas – elas têm o objetivo de “reequilibrar a articulação”, retirando a carga das áreas mais desgastadas e transferindo-a para áreas de cartilagem saudável.

As osteotomias podem ser realizadas tanto no fêmur (osso da coxa) quanto na tíbia (osso da perna), a depender do tipo de desvio presente em cada caso, e são de dois tipos:

• Em cunha de fechamento: retira-se uma porção do osso (em formato de cunha) de um dos lados do osso, fechando-se o espaço e mantendo-o dessa forma com placa e parafusos.

• Em cunha de abertura: abre-se um espaço em um dos lados do osso, mantendo-o aberto com placa e parafusos e colocando enxerto dentro deste espaço.

Importante ficar claro que a artrose do joelho é uma doença degenerativa e que não tem uma cura definitiva – a Medicina ainda não encontrou uma forma de regenerar as articulações…

No entanto, apesar de ser uma condição desafiadora, com o tratamento adequado é possível atrasar o desenvolvimento do problema, gerenciar os sintomas e melhorar a qualidade de vida.

Artrose do Joelho tem Solução! Ninguém merece (e nem precisa) viver com dor

Se você está sofrendo com dor no joelho e suspeita de artrose, consulte um ortopedista para obter um diagnóstico preciso e um plano de tratamento adequado às suas necessidades individuais.

Lembre-se de buscar sempre orientação médica de qualidade para lidar com qualquer problema de saúde. Estou à disposição para te ajudar.

Fonte:

• Arthritis of the Knee
• Knee Arthritis: Symptoms and Treatment Options

Leia mais:

• Infiltração no Joelho: Tratamento para Alívio da Dor
• Prótese de Joelho: Recupere Sua Qualidade de Vida
• Condromalácia: Causa Frequente de Dor no Joelho

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